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A relação de Leão Dehon com o seu pai, Júlio Alexandre Dehon, para além de uma profunda e terna veneração, é também marcada por frequentes conflitos e faltas de compreensão mútuos. No entanto, há que entender os motivos que estão na origem da descrença do pai. Nas primeiras páginas das memórias do Pe. Leão Dehon isto aparece bastante claro: “O meu pai não teve a felicidade de receber uma educação cristã completa. Da educação familiar herdou o sentido da equidade e da bondade que o caracterizaram ao longo de toda a sua vida. Abandonou a prática da vida cristã nos tempos do colégio, mas manteve sempre o respeito e a estima pela religião” (NHV I/4v).

Júlio Dehon pertence àquela geração de franceses que pela primeira vez e de modo mais eficaz foi descristianizada pelo ensino público. No período da sua permanência no colégio os jovens eram educados num ateísmo ou pelo menos indiferença sarcástica e volteriana em relação à religião. Cerca de 25 anos mais tarde o seu filho, por sua vez, cresce na escola católica que está a recuperar uma forte presença. Deste modo, conflitos e incompreensões são como que pré-programados.
Segundo o modo de naquela altura entender a figura paterna, Júlio Dehon considera a carreira do seu filho como uma questão de honra da família. Numa carta ao director do Seminário Santa Clara, em Roma, este facto está bastante claro. “Gostaria que Leão recebesse as ordens maiores o mais tarde possível e só depois de uma decisão tomada em família” (carta de 22 de Março de 1867 ao Pe. Freyd).

Toda a orientação vocacional e profissional de Leão Dehon é fonte de infindas disputas. A decisão do filho pelo sacerdócio, o aparecer de batina em La Capelle, o convite à prática sacramental; todo isto são conflitos e situações que, não só tocam nas convicções pessoais do pai, mas dizem também respeito à sua reputação diante da sociedade civil de La Capelle. Por isso, seguir o conselho do filho, seria uma violação da convenção daquele estrato social e do próprio Júlio Dehon.

Não se deve perder de vista o facto que a resistência do pai fez amadurecer a decisão do filho pelo seu caminho. No entanto os estudos e as viagens, que foram fundamentais para o desenvolvimento pessoal de Leão Dehon, estavam sempre por conta do pai – um facto que também Leão Dehon nas suas memórias intende reconhecer. E, por outros testemunhos contemporâneos, sabemos que Júlio Dehon, teve uma atitude habitualmente muito afectuosa para com o seu filho.

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